Henrique Bóis
Especial para a Revista Maranhão Turismo
O setor da hotelaria em São Luís está parada entre 90% e 95%, segundo estimativa do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado do Maranhão, Sindetur. Os dados foram apresentados ao secretário de estado de Turismo, Catulé Júnior, na quarta-feira, 24, durante videoconferência para o trade avaliar o tamanho da crise no estado gerada pelo coronavírus. Antes da pandemia, o setor experimentava curva ascendente no estado.
“Todas as reservas nos hotéis de São Luís que estavam previstas para os próximos três meses foram canceladas”, informou o presidente do Sindetur, Paulo Montanha. As reservas pagas estão sendo canceladas e solicitado reembolso. Os custos operacionais permanentes, com limpeza, manutenção, etc, estão pressionando os empresários do setor. O sindicato procurou o Procon-MA para orientar sobre os cancelamento em massa.
O mesmo percentual de paralisação está sendo sentido pelas agências de turismo. Os proprietários e funcionários adotaram o sistema de trabalho home office por conta das medidas restritivas e ameaça do Covid-19. Da mesma forma, os cancelamentos se sucedem em relação a passagens aéreas.
Movimento
No terminal rodoviário de São Luís as atividades também estão praticamente paralisadas. O presidente do Sindetur esteve essa semana no local, constatando o cenário de crise. “As viagens interestaduais estão canceladas, seguindo determinação do decreto do governador do estado. O baixo movimento das viagens intermunicipais também tem contribuído para a paralisia do terminal”, afirma Paulo Montanha.
No aeroporto de São Luís as companhias reduziram drasticamente o número de voos, sendo que algumas suprimiram completamente a oferta de passagens aéreas. A Gol reduziu para apenas um voo diário, ligando São Luís com outra capital do país.
Cenário
Por enquanto, as demissões em setores do turismo ainda não foram iniciados em São Luís. Os empresários têm mantido diálogo com dirigentes sindicais dos trabalhadores em busca de saídas. Sindetur e Sindhotéis tem mantido conversas permanentes em busca de um consenso com danos reduzidos para as partes. Esta semana deve ser assinado um acordo entre empregados e empregadores.
“Estamos preocupados com a manutenção dos empregos e também com os cursos operacionais. A resolução da Anael em relação às tarifas de energia elétrica não nos deu nenhum alento por excluir os consumidores comerciais. Vamos buscar com o governo do estado que faça essa interlocução com a Equatorial, concessionária de energia no Maranhão”, informa Paulo Montanha.
Governo
Os empresários aguardam o aceno do governo do estado sobre redução de impostos. “Ainda não fizemos uma solicitação formal ao governo. Encaminhamos algumas demandas ao secretário de estado de Turismo, Catulé Júnior.
O Decreto Nº 30.680, de 18 de março de 2015, assinado pelo governador Flávio Dino, trata da redução de ICMS na comercialização do querosene das aeronaves. A alíquota foi reduzida de 25% para 17% para as empresas que operam em apenas um aeroporto do Maranhão. Para as que operam em dois aeroportos, incluindo Imperatriz, a alíquota fixada pelo decreto é de 12%. Para as que operam a partir de três aeroportos ou promovem voos internacionais, o percentual é de 7%. Esse mesmo percentual incide sobre o combustível das empresas que fazem viagens para os destinos Barreirinhas e Carolina.