Terceiro convidado da campanha Municípios juntos pelo Turismo, da Confederação Nacional de Municípios (CNM), para participar de bate-papo ao vivo, o secretário de Turismo do Estado do Pará, André Dias, explicou como a regionalização será importante na retomada das atividades quando a pandemia do novo coronavírus acabar. Em videoconferência, transmitida nas redes sociais da Confederação, Dias compartilhou com dezenas de gestores as estratégias que estão sendo adotadas no Estado para dar segurança à iniciativa pública e privada que depende do setor.
“Um Estado do tamanho de três Alemanhas. Temos vários destinos. Não podemos perder espaço que já havíamos conquistado, mas entendemos que o planejamento que tínhamos não vai se concretizar”, reconheceu. Segundo o secretário, eles dividiram o trabalho – articulado com as secretarias municipais de Turismo – em “durante e após a pandemia”. Enquanto o vírus não entra na curva descendente de contaminação, eles têm se dedicado ao empresariado e à captação de recursos. “Com acesso a crédito, uma vez retomadas as atividades, ele consegue dar continuidade aos negócios”, justificou.
No âmbito da gestão pública, os projetos que já estavam em andamento se mantiveram. “Estradas estão sendo renovadas, algumas vamos inaugurar ainda neste ano. Os investimentos em transporte de pessoas e para logística, produção agrícola, não pararam. Temos linhas de crédito aprovadas que estão sendo implementadas”, garantiu. Isso porque, como a analista técnica de Turismo da CNM Marta Feitosa lembrou, o Pará tem um diferencial pela dimensão.
Demanda interna
“O trabalho de vocês também é dentro do Estado, que é muito grande. E isso demanda atenção especial ao transporte terrestre”, observou. O secretário concordou que, em um primeiro momento, eles não devem buscar o turismo nacional ou internacional: “Contamos que o regional poderá suprir a demanda inicialmente. A malha aérea vai se reconstruir aos poucos. Por isso, estamos desenhando campanha para trabalhar com Municípios específicos, para que as pessoas se sintam seguras para viajar e conhecer aquilo que está perto e elas não conheciam”.
De acordo com o dirigente estadual, pesquisas mostram que o turista deverá buscar ambientes abertos e arejados, como praias e pontos de ecoturismo. E, apesar de as previsões não serem otimistas – ele estima que deverá levar de cinco a sete anos para recuperação total dos prejuízos e que o movimento e a arrecadação deverão cair de 20% a 30% neste ano -, o momento atual é propício à reestruturação.
Questionado por uma gestora de Sergipe que acompanhava o bate-papo sobre a construção de um plano estratégico pós Covid-19, o secretário afirmou ser indispensável o diálogo entre os Municípios e o trade que compõem a região turística. “Eles precisam se somar como oferta turística e não competir entre si. Conversamos com mais de 90 secretarias municipais de turismo entre fevereiro e abril. Fizemos novo modelo e dividimos o Estado em 14 regiões turísticas. Até para orientá-los e definirmos os atrativos, os diferenciais de cada”.
O consultor da CNM e presidente da Organização Brasileira das Cidades Patrimônio Mundial (OCBPM), Mário Nascimento, lembrou que o Pará integra a riquíssima região amazônica, que abrange nove Estados e 139 Municípios. Ele também falou da importância de os gestores manterem a articulação no Congresso Nacional e elaborarem propostas. “Precisamos alavancar recursos por parlamentar e bancada. Existem fontes de financiamento nacionais e internacionais, precisamos de projetos”, conclamou.
Por fim, as técnicas da CNM Marta e Mônica Costa lembraram que a campanha Municípios juntos pelo Turismo continua e gestores de todo o país podem encaminhar os vídeos valorizando seus atrativos. Municípios filiados à Confederação devem enviar as gravações de no máximo 2 minutos na horizontal (se filmar com celular, ele deverá estar deitado) para o e-mail: turismo@cnm.org.br.
Confira o bate-papo: