“Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale Apresentam”: Brasil sem Ponto Final”, interpretado pela Cia Gente, escrito e dirigido pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo e coordenado pela Zuza Zapata Arte e Produção.
São Luís e João Pessoa são as cidades da região Nordeste a receber o ato n°2 do projeto “Brasil sem Ponto Final”; trata-se do espetáculo “Fio do Meio/Vertigem”. Em cena “o corpo político que dança”, assinado por Paulo Emílio Azevedo, cujo projeto contempla 11 metrópoles brasileiras. Na capital maranhense as apresentações ocorrem nos dias 25 e 26 de outubro, às 16:30, Praça do Panthéon, Centro. Já na capital paraibana, as atuações serão na mesma semana, junto à FUNESC (Teatro de Arena Leonardo da Nóbrega), nos dias 28 e 29, às 16h.
Duas apresentações do espetáculo “Vertigem/Fio do Meio” (ato n°.2), mais a realização de uma oficina criativa, anunciam a chegada de “Brasil sem Ponto Final” (BR,) no Nordeste, mais precisamente nas capitais São Luís/MA e João Pessoa/PB.
Interpretado pela Cia Gente, do Rio se Janeiro, o espetáculo é desenvolvido em dois atos, iniciando com “Fio do Meio” – vencedor do prêmio FUNARTE de Circulação em Dança -, seguido de “Vertigem” que, este ano, representou o país no Festival D’avignon, na França. Unidos, eles formam o 2° ato do projeto “Brasil sem Ponto Final”, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e GOVERNO FEDERAL União e Reconstrução.
Em “Fio do Meio”, o criador toma como célula o movimento do esbarrão. A partir dele, observa e provoca uma via de mão dupla: a capacidade de mover corpos e, desse mover abrir espaços de conversação. Dando sequência a proposição de ativar a rua como espaço criativo, sua arquitetura e seu diálogo com as pessoas, “Fio do Meio” extrapola a noção de margem e reconfigura outras relações de geocorporeidade; reterritorializando os usos da cidade, os arteiros produzem repetições oriundas de gestos do urbano para difundir catatonias e narrativas que pleiteiam a visibilidade de tantos outros corpos; tantas das vezes negados, miopizados e varridos.
Já em “Vertigem”, adota-se um diálogo intenso e ininterrupto mediado pelos corpos dos intérpretes, cuja proposta expõe a borda, o ruído (também o silêncio), a corda bamba, a respiração ofegante e a embriaguez do gesto.
Desnudado e cru, “Vertigem” persegue uma “labirintite cênica”, sendo o movimento dessa vez guiado por uma atmosfera que não almeja o controle; ao contrário, despreza-o e o desloca em busca do risco, daquilo que ainda não tem nome; mas que por tal recebe, gentilmente, o significado de “política”. Em cena, um “corpo político que dança”, conceito criado e desenvolvido por Paulo, desde a década de 90.
Seja em “Fio do Meio” ou em “Vertigem”, a proposta é executada pela excelência dos intérpretes Pedro Brum, Zulu Gregório e Salasar Junior, com impecável assistência de Paula Lopes e competentes ações na direção técnica de Filipe Itagiba e na produção de Sérgio Chianca e Flávia Menezes que fazem uma dobradinha França-Brasil. No ato n°2, vale situar que a arte elabora distintos ecossistemas corporais, surgindo como fresta, a fim de que passem outras luzes com o intuito de se enxergar o que há do outro lado dos muros; e, sobre os muros, tomba-los.
Além das sessões do espetáculo, o projeto traz ainda uma preocupação pedagógica na troca de experiências e culturas com o público local. Por conta disso, está prevista a realização da oficina “Corpo-Memória”, ministrada pela professora Paula Lopes (São Luís/MA) e o professor Salasar Junior (João Pessoa/PB). O conteúdo da mesma, bem como mais informações sobre os professores se encontram junto ao “Serviço”.
●Sobre o diretor Paulo Emílio Azevedo: Professor, Pós Doutor em Políticas Sociais e Doutor em Ciências Sociais com especialização em Antropologia do Corpo e Cartografia da Palavra. Criador no campo das artes cênicas, dramaturgo, escritor e consultor na área de Educação e Cultura, cuja pesquisa tem por objetivo refletir sobre outras formas de comunicação aos diversos protagonismos e redes de sociabilidade na sociedade contemporânea. Seu trabalho aparece bem ilustrado pelo processo criativo, conceitual e de gestão; onde tal experiência destaca a capacidade de unir teoria e prática como lugares de conversação, cabendo sublinhar as ações que se desdobram no espaço urbano, na capacitação de estudantes e educadores, na formação de intérpretes/performers/atores e nos trabalhos realizados diretamente com o público juvenil. Recebeu diversos prêmios, entre eles “FOCA” através da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro (2011); “Prêmio FUNARJ de Dança” (2021); “Rumos Educação, Cultura e Arte” (2008/10) através do Instituto Itaú Cultural. Participou como coreógrafo convidado no Festival D’Avignon (2023), bem como palestrante na FLIP Paraty/RJ (2017). Em seguida, integrou o grupo de escritores na Printemps Littéraire Brésilien/Paris Sorbonne Université e, em 2018 representou o país na Journée d’Etudes Cultures, arts et littératures périphériques dans les Amériques: une approche transnationale de la production, la circulation et la r éception em Lyon (França). Quatro conceitos atravessam sua metodologia de trabalho, aquilo que ele denominou de 4D: desequilíbrio, desobediência, desconstrução e deformação. Fundador da Cia Gente (2012) e mentor da Fundação PAZ, plataforma virtual responsável por preservar, difundir e registrar sua propriedade intelectual. Tem vinte e um livros publicados.
Saiba mais em
@cia.gente
https://fundacaopaz.com
●Sobre a oficina “Corpo Memória”
Gênero/característica principal:
A oficina, de curta duração, propõe, por meio das representações do gesto, da palavra e do movimento, o uso do corpo e da voz como estratégias narrativas, tendo como protagonismo as respectivas biografias dos participantes. Para isso se utiliza da descrição textual, imagética, das atmosferas rítmicas, das cores, dos afetos e, sobretudo, das aberturas que podem ser suscitadas das experiências interpessoais. Experiências costuradas pela presença de um corpo político, um corpo criança, um corpo gente.
Abrangência: comporta um número máximo de 30 alunos, podendo ser realizado em espaços tradicionais (como salas, estúdios), também palcos e ou espaços abertos.
●Sobre a professora Paula Lopes
Paula Lopes, Paulinha, é dançarina, performer, professora e pesquisadora do “corpo”. Natural do Rio de Janeiro, ingressou na Cia Gente em 2015 como assistente de direção do diretor Paulo Emílio Azevedo, sendo ainda parte do elenco e da produção na companhia. Integrou a equipe de dança oficial dos Jogos Olímpicos “Rio 2016” e dos projetos do coletivo Just Us Dance Theatre (UK) como intérprete-criadora em trabalhos dirigidos por Joseph Toonga (UK) e Ricardo Silva (PT). Em 2021 apresentou sua primeira pesquisa solo autoral “Deixa eu te perguntar uma coisa” e em 2023 foi artista convidada no Festival Out Da Box (UK/BR) onde apresentou sua nova performance intitulada “BERTA”. Atualmente integra o Grupo Yakã enquanto diretora e intérprete-criadora, além de lecionar na Escola Angel Vianna e residir na Cia Gente como assistente de direção, professora e coordenadora do Espaço (De)formação Desobediência do Corpo.
●Sobre o professor Salasar Júnior
Salasar Júnior, Salasar, atravessa um período de 16 anos como professor, performer e pesquisador nas danças urbanas. É Bacharel em Comunicação – Publicidade e Propaganda e criador do curso IMEX – Imersões Experimentais -, projeto contemplado nos editais Ondas da Cultura 2020/2021 (FUNARJ) e Arte em Toda Parte 2020/2021 (FUNARTE). Tem experiência no campo da infância e da juventude no ensino da dança, desenvolvendo metodologias para esse grupo específico em escolas, academias e projetos sociais. Fundou a Cia New Way (RJ) e suas últimas colaborações como intérprete-criador foi nos espetáculos “Castelo de Areia” e “Vírgula” (de Paulo Emílio Azevedo), ambos prêmios Funarj de Dança. Atualmente, integra o elenco da Cia Gente e o projeto Debandada. Foi produtor do projeto Krump VS Krump, na cidade de São Paulo (2018/19) e é o único intérprete do projeto Brasil sem Ponto Final que participa dos dois atos do mesmo, logo estando presente na circulação completa.
●Saiba +
Depois de haver passado o ato n°1 pela região sul do país (Curitiba/PR e Porto Alegre/RS), o ato n°2 pela região norte (Belém/PA e Manaus/AM) e parte do Centro-oeste em Campo Grande/MS, o projeto chega ao nordeste brasileiro, nas cidades de São Luís/MA e João Pessoa/PB. Por fim, ocuparão Brasília (Centro-Oeste), além de Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro (Sudeste), quando na ocasião haverá a culminância do projeto na cidade sede da Companhia.
■Cidade São Luís/MA
Serviço:
Dias 25 e 26/10 (4a e 5a feiras)
Espetáculo: “Vertigem/Fio do Meio” – ato n°2
Local: Praça do Panthéon (Deodoro) – Tv. do Galpão – Centro, São Luís/MA
Horário: 16:30
Duração: 50 minutos
《Na apresentação de 5a feira haverá duas ações além do espetáculo: antes da sessão, um resultado expositivo dos alunos da oficina “Corpo-memória” e após a mesma, um bate-papo com a direção e os intérpretes sobre o projeto e história da companhia》
Dias 25 e 26/10 (4a e 5a feiras)
Oficina Corpo e Memória
Local: SESC Olho D’água – Av. São Carlos, s/n – Olho D’agua, São Luís/MA
Classificação: 18
Horário: 13:30 às 15:30
Lotação: 30
Ingresso: gratuito
Duração: 240 minutos
Fonte: Assessoria Inspirar Inovação e Comunicação